É noite de calor em São Paulo, no bairro do Itaim Bibi e a Fernanda Souza, de 24 anos, que durante o dia trocou mais de uma centena de e-mails, uma dezena de torpedos e ainda falou " um pouquinho " no Twitter, agora acaba de se registrar no Facebook. Com o seu iPhone, a amiga Luana estava tomando um chope ao seu lado, no boteco São Bento, a casa já está quase lotada às 9 da noite, numa quarta feira, ganha a decoração de várias telinhas acesas ao longo das mesas, ocupadas por grupos que aproveitam sua vida social, mas mantem a digital ao alcance dos dedos. Alguns kilômetros, em outro bairro Jardins zona sul o chef Carlos Bertolazzi comanda o Zena Café desdobrando-se entre as panelas e o smarthphone, pelo qual monitora o que os clientes estão comentando sobre o restaurante. Sabem que espalhar a bela foto de um prato ou elogios ao restaurante, podem render drinks ou sobremesas de cortesia.
Com situações semelhantes todos os dias, e a explícita falta de educação, incorpora a cada dia o fenômeno mundial de super conexão. Na área de código 11 ( São Paulo ) existem 144 linhas de celular para 100 habitantes, um mesmo aparelho pode ter 2 ou mais chips. A média nacional é de 118 para cada 100. Do montante paulistano, 15% operam com tecnologia 3G, padrão que permite maior troca de dados e é muito usado por smarthphones.
O fenômeno é percebido pelo marronzinho Oslaim Brito, da Companhia de Engenharia de Tráfego ( CET ) , acompanha todos os dias nas ruas, esses iPhones viraram pragas, as pessoas não param de teclar nem ao volante , diz ele. É comum socorrer motoristas após uma batida e encontrarmos o celular jogado no chão. Não à toa, o número de multas para quem fala ao volante quase dobrou : foi de 253.220 em 2007 para 473.153 em 2010. Até Outubro de 2011 foram 379.014 autuações.
O uso descontrolado dos equipamentos é percebido em diversos locais. No salão de cabelereiro, as clientes não param de teclar nem quando estão em baixo do secador. Em restaurantes, os garçons já se acostumaram com o silêncio entre as pessoas que dividem a mesa, pois todas ficam concentradas nas próprias conversas na rede. Os professores das escolas penam para ensinar, enquanto a garotada não tiram as mãos dos seus smarthphones.
A ligação exagerada aos eletrônicos tem explicações psicológicas. Diversos estudos compararam a compulsão à dependência de drogas. A cantora Luiza Possi diz, que em certa medida, o BlackBerry a ajudou a largar o vício de fumar há dois anos. "Depois de almoçar, em vez de pegar um cigarro, eu sacava o celular" diz, ou seja trocou um vício por outro. Nas pesquisas sobre os adictos cibernéticos, já se sabe caos de pessoas que se isolam com seu computador ou videogame dentro de casa, freqüentemente, cidadõaos que tendem a depressão ou transtorno bipolares. O grupo de Dependência de Internet do Instituto de Pesquisas da USP, que existe há cinco anos, está acostumado a lidar com casos graves, em um deles o adolescente passou 45 horas seguidas em um jogo de computador, dispensando o banheiro e até sujando as calças, em busca de um novo recorde. Situações assim são tratadas com terapia de grupo no ambulatório ( informações www.dependenciadeinternet.com.br ).
Já o Núçleo de Pesquisa Psicológica em Informática ( NPPI ) da PUC usa ouitro método, a troca de e-mails entre especialistas e pacientes. Percebemos que esse público dificilmente iria a um consultório para uma abordagem presencial., explica a coordenadora Rosa Maria Farah. Em geral o primeiro contato parte de pais preocupados com os filhos ou de mulheres em relação aos maridos, as orientaçoes para largar o vício são feitas em até oito e-mails por semana.
Já ouviram falar da Praia do Detox?
ResponderExcluirEste local remoto, nos ajuda a relembrar como é viver sem esta dependência tecnológica. Em um local paradisíaco, praia e cachoeiras, boa comida e muita energia da natureza. Deem uma olhada Praia do Detox no face book e website